Apesar de ler quadrinhos desde que fui alfabetizado (na verdade, aprendi a ler com as revistas da Turma da Mônica), não sou muito prolixo em escrever sobre a Nona Arte. Mesmo assim, escolhi os quadrinhos como tema de minha dissertação de mestrado, o que tem tomado boa parte do meu tempo, lendo as mesmas histórias com outros olhos. Acontece que a dissertação trata das adaptações de contos de fadas para os quadrinhos modernos, e é impossível falar de tal tema sem conhecer Sandman , a série escrita por Neil Gaiman entre 1989 e 1996, para a DC Comics. Foram apenas sete anos, mas tempo suficiente para revolucionar a indústria de quadrinhos voltados ao público adulto. Gaiman apossou-se do personagem criado por Hans Christian Andersen no século XVI, que andava com uma algibeira cheia de pó dos sonhos e soprava-o nas crianças, dando-lhes sonhos ou pesadelos. Na visão de Gaiman, o Sandman é Sonho, uma representação antropomórfica do sonhar, um dos sete perpétuos, que domina o Reino do Sonh...