Interestelar | Ficção científica "heavy metal"
Não é todo mundo que vai entender Interestelar (Interstellar, EUA, 2014). O filme de Christopher Nolan (Batman - O Cavaleiro das Trevas, A Origem) é ficção científica da pesada, carregada de referências que remetem à física quântica e nuclear, além de fazer uma homenagem a um dos maiores filmes do gênero: 2001 - Uma Odisseia no Espaço, que já não é um filme fácil.
Mas fique tranquilo. Interestelar não chega a ser tão difícil quanto o clássico de Stanley Kubrick, que era mais filosófico do que qualquer outra coisa. Nolan fez de sua ficção científica um produto palatável para quem torce o nariz para o gênero, ao mesmo tempo em que realizou um filme complexo e extremamente inteligente, visando os fãs de sci-fi mais radicais.
Logo no começo, conhecemos Cooper (Matthew McConaughey) um ex-piloto da NASA que virou fazendeiro depois que toda a iniciativa de exploração espacial deixou de ser parte do orçamento público para dar lugar à pesquisa voltada para o cultivo de alimentos para a população. Ele vive com seus dois filhos e seu sogro (Jon Voight), no que depois descobrimos ser uma terra assolada por pragas que aos poucos foram matando toda cultura agrícola, deixando somente o milho como opção de cultivo. Cooper tem em Murphy, sua filha, um alento. Ela é admiradora de todo o conhecimento acumulado pelo pai, e tem condições de ser uma grande cientista.
Sem poder entregar muitas das surpresas que o filme reserva, posso dizer somente que a trama acaba levando Cooper ao espaço, em uma viagem que pode não ter volta, atravessando um atalho entre galáxias conhecido como "buraco de minhoca" em direção a planetas que possivelmente tenham condições de gerar vida. A jornada de Cooper e seus companheiros cientistas - entre eles Anne Hathaway -, entretanto, não será sem contratempos, mortes e perdas. Atravessará gerações e terá consequências dramáticas para a vida na Terra.
O filme pega teorias mais conhecidas, como a relatividade de Einstein, e mistura com coisas menos famosas e estudadas somente por físicos mais, digamos, "punks", como os buracos de minhoca e as dobras de tempo e espaço no interior de buracos negros.
Christopher Nolan constrói em Interestelar uma obra densa e impactante, um espetáculo inesquecível que tem o poder de deixar o espectador não somente de queixo caído. É capaz de fazer com que o público reflita sobre os rumos percorridos pela humanidade na destruição de seu próprio planeta.

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