Guerreiro - O 'Rocky' do MMA

É alguma coisa que filmes de esportes fazem com a gente. Eles mexem em algum ponto no cérebro desejoso de competir, lutar e vencer (quase) sempre. Além disso, se conectam com a realidade que enfrentamos no dia a dia - não, não subimos em um octógono todos os dias, mas lidamos com desafios quase olímpicos a cada novo nascer do sol. O fato é que filmes assim mexem - e muito - com o emocional do público. É quase impossível não criar empatia com o(s) protagonista(s). É assim na maioria dos filmes do gênero. É assim também em Guerreiro (Warrior, EUA, 2011), drama de MMA - sigla para Mixed Martial Arts, ou Artes Marciais Mistas - que equivale em emoção e carga dramática ao clássico Rocky, Um Lutador, que catapultou Sylvester Stallone ao estrelato (e ao Oscar de Roteiro Original) em 1976.
Não é exagero comparar Guerreiro a Rocky. Mas acontece que o filme de Gavin O'Connor (Força Policial) é emocionante sem jamais apelar para saídas fáceis e pieguices. É claro que ajuda muito contar com um elenco competente. Nesse caso, Joel Edgerton, Tom Hardy e Nick Nolte, respectivamente os irmãos protagonistas e seu pai. O filme conta a história dos irmãos Tommy (Hardy) e Brendan Conlon (Edgerton), que vivem vidas muito diferentes, mas com uma coisa em comum: eles não se falam há anos e ambos odeiam seu pai, Paddy (Nick Nolte), um ex-boxeador em recuperação do alcoolismo que separou a família. Tommy acaba de voltar da guerra no Iraque, e pede que o pai o treine para que ele participe de um torneio milionário de MMA. Brendan é casado, tem um filho e para pagar as dívidas, cada vez maiores em um país em plena crise, divide seu dia entre lecionar matemática e lutar à noite em eventos clandestinos de MMA. Ele também resolve treinar para o mesmo evento do qual seu irmão participará, sem saber do fato.
Entre lutas, diálogos duros entre filhos e pai e entre irmãos, o drama chega ao angustiante clímax, anunciado desde os cartazes do filme, no qual os dois irmãos se enfrentarão. Tamanha é a dramaticidade do filme, que o simples fato de assumir um lugar na torcida por um dos irmãos traz um sentimento de culpa no próprio espectador. É essa ambiguidade que faz tão bem a Guerreiro, um filme de luta, drama familiar, capaz de arrebatar o coração do mais durão campeão do UFC.
Guerreiro (2011) on IMDb

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