Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Depois de transformar o Coringa em um ícone pop ainda maior que o próprio Batman em O Cavaleiro das Trevas, era difícil imaginar que Christopher Nolan conseguiria, no mínimo, igualar o feito na terceira e última parte de seu ciclo à frente do personagem, O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Devíamos ter tido mais imaginação. Isso porque este terceiro filme não somente encerra de modo épico uma trilogia magistral, como também estabelece o alicerce para uma próxima série, sem necessariamente recomeçar toda a história. A mitologia de Batman nunca mais será a mesma depois que Christopher Nolan (e seu irmão, Jonathan) reverteram todos os padrões, agradando tanto a fãs antigos como a não-iniciados, elevando o grau de responsabilidade de quem assumir a franquia daqui para a frente a limites quase inalcançáveis.
"Ele está exagerando", você pode pensar. Mas não. Mil vezes não. Acredite em mim, O Cavaleiro das Trevas Ressurge consegue pegar o que fora feito no segundo filme em termos de dramaticidade e grandeza, e simplesmente deixar tudo ainda melhor.
Pode parecer clichê (e é), mas com o elenco reunido por Nolan e o roteiro escrito a quatro mãos - com a história desenvolvida por Christopher e David S. Goyer - ficava impossível errar. Como falhar quando se tem Christian Bale, Michael Caine, Morgan Freeman, Anne Hathaway, Marion Cotillard, Gary Oldman, Joseph Gordon-Levitt e Matthew Modine na folha de pagamento? Fica difícil até para Joel Schumacher!
A trama tem início oito anos depois dos eventos narrados em O Cavaleiro das Trevas. Harvey Dent é tido como um herói, enquanto a Batman é imputada a culpa por tê-lo matado. O homem-morcego, entretanto, desapareceu. Entendendo que sua tarefa já está cumprida, pois Gotham City vive um período de paz, Bruce Wayne se mantém recluso em sua mansão. Mas o surgimento de Bane e todo o mistério sobre seus planos fazem com que a volta de Batman às ruas seja novamente necessária. Em 2 horas e 40 minutos de projeção, Gotham literalmente cai. É angustiante assistir à queda da cidade, ao mesmo tempo em que ficamos na expectativa de que algo espetacular vai acontecer. E não nos frustramos. As cenas sensacionais vêm em uma velocidade vertiginosa. Anne Hathaway cria uma Mulher-Gato que não deixa saudades em Michelle Pfeiffer, e o (atenção, SPOILER!) roteiro é tão engenhoso que até o surgimento de um certo menino-prodígio é feita de maneira perfeitamente coerente.
As reviravoltas da história se encaixam com esmero, apesar de alguns fatos parecerem um tanto apressados: (MAIS SPOILER!!!) como explicar que, depois da fuga de Bruce Wayne do Poço, ele apareça tão rápido de volta a Gotham, se o cara está falido?
Detalhes assim não estragam o espetáculo, que ainda conta com Bane. Tom Hardy não decepciona no papel do mercenário (aparentemente) desprovido de sentimentos, cuja motivação reside no próprio mal. Ainda que não seja superior ao Coringa de Heath Ledger, o vilão é bem construído e foi muito bem inserido em toda a mitologia da trilogia criada por Christopher Nolan.
Aliás, uma passada nos filmes anteriores mostra que os detalhes estão todos lá, e na verdade os três filmes formam um panorama absolutamente coeso.
Resta a esperança de que o estúdio não jogue toda essa mitologia no lixo e invente um reboot. A esta altura do campeonato, qualquer um que tente reinventar Batman no cinema está fadado ao fracasso. Um fracasso monumental e épico.

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) on IMDb

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