'Intocáveis' - Clássico francês instantâneo

Alguns filmes têm uma capacidade quase inexplicável de tocar o público, a ponto de se tornar um inesperado e gigantesco sucesso de bilheteria e crítica. Apenas 9 semanas depois de lançado na França, Intocáveis (França, 2011) já se tornara a segunda maior bilheteria da história do país. Mundialmente, o filme já contabiliza mais de 350 milhões de dólares (a produção custou pouco mais de 10 milhões de euros, segundo o site IMDB), um fenômeno comparado a outros sucessos-surpresa da história do cinema, como O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e Cidade de Deus.
Tamanho êxito não é por acaso. O filme de Olivier Nakache e Eric Toledano é um triunfo narrativo como poucas vezes se viu neste século. Conta a história (inspirada em fatos reais) de Philippe (François Cluzet), um milionário que fica tetraplégico após um acidente e contrata Driss (Omar Sy), vindo do Senegal e recém-saído da prisão. A relação, a princípio estranha, vai aos poucos se firmando como uma amizade sincera, de companheirismo e total ausência de pena pela condição de Philippe. E é justamente o modo desprovido de pena como Driss trata seu patrão que conquista a simpatia do paciente e, por tabela, do público.
A empatia que o filme tem com a audiência não é pouca. Equilibrando cenas engraçadas com momentos de emoção genuína e nunca fruto de algum apelo forçado, Intocáveis consegue encontrar o tom perfeito para se tornar um daqueles filmes que podemos assistir várias vezes sem nos cansarmos. Há cenas antológicas, como a que mostra Driss fazendo a barba de Philippe e brincando com formatos hilários.
Mas tal conquista não seria tão grande se os atores não estivessem tão bem conectados. A química entre os protagonistas é simplesmente perfeita. É completamente possível acreditar naquela amizade desde a primeira cena, onde os dois conseguem enganar a polícia, já mostrando uma cumplicidade que somente melhores amigos podem ter um com o outro.
Indicado pela França para concorrer ao Oscar de Filme Estrangeiro, Intocáveis tem a nomeação praticamente assegurada e, conforme o andar da carruagem, a estatueta não terá outro dono. Sorry, O Palhaço.
Intocáveis (2011) on IMDb

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